
Fotos: Tone Molnes
A resposta é sim! Todos sabemos que altos níveis de stress podem causar problemas de
saúde física e mental, como pressão alta, doenças cardíacas e excesso de ansiedade, mas
quando uma mulher está grávida o stress pode prejudicar a saúde da mãe e influenciar o
desenvolvimento do bebé, pois tudo o que a mãe vivência e sente também está a ser vivido
pelo seu bebé.
O stress é a soma de respostas físicas e mentais causadas por determinados estímulos
externos e que permitem-nos superar condições adversas na nossa vida e meio ambiente.
Esta resposta física e mental, também chamada de resposta de luta-ou-fuga (fight-or-flight
response) dá origem a uma série de acontecimentos biológicos muito fortes e que fazem
libertar as chamadas hormonas do stress. A curto prazo e no imediato o stress até é
positivo, porque é biológico e natural, quando ajuda a mãe a evitar o perigo ou uma
situação difícil mas, quando uma mulher está grávida e vive sob stress persistentemente, o
mesmo aumenta a probabilidade de ter um bebé prematuro ou um bebé com baixo peso
ao nascer, e um risco maior de problemas de saúde para ambos. É por isso que é tão
importante a futura mãe aprender maneiras saudáveis de prevenir ou controlar o stress na
sua vida.
Reações físicas de resposta ao stress:
• A adrenalina aumenta a frequência cardíaca
• A pressão arterial aumenta
• Aumenta o abastecimento de energia
• O cortisol aumenta a quantidade de açúcares na corrente sanguínea e no cérebro
• Aumenta a disponibilidade de substâncias que podem reparar os tecidos do corpo em
caso de acidente
Basicamente, altera as respostas do sistema imunológico e atrapalha quase todos os
processos do seu corpo.
Reações psíquicas de resposta ao stress:
• Influencia as regiões do cérebro que controlam o humor
• Tendência para o medo, ansiedade e depressão
• Sentimentos de frustração e raiva
• Dores de cabeça e insónia
• Problemas de memória e concentração
O que o stress pode fazer à mãe e ao bebé?
É muito importante que as mulheres grávidas controlem o stress, porque o ambiente
existente no exterior está a provocar uma resposta e reação no corpo e na mente da mãe,
nos seus sentimentos e pensamentos, e o que acontece com a mãe também pode passar
para o seu bebé.
O bebé no ventre da mãe está a sentir todas as experiências e reações da mãe como se
fossem as suas próprias experiências, para melhor se preparar para a vida após o
nascimento, aumentando as suas próprias chances de sobrevivência. O bebé aprende a
reconhecer o ambiente externo da mãe através dos seus sinais internos.
A ciência da epigenética revela que, na conceção, os programas genéticos do DNA da mãe
e do pai são transmitidos para a primeira célula do bebé mas, durante a gravidez, esses
programas podem ser ativados ou não, ou mesmo modificados, de acordo com a qualidade
de vida da mãe, bem como a qualidade do seu meio ambiente. Quando uma mulher está
grávida, as suas experiências tornam-se informação que o bebé organiza e fica registrada
em cada uma das suas células para o seu desenvolvimento.
Agora entendemos que os bebés são muito mais sensíveis do que aquilo que se pensava e
que, a responsabilidade de uma mãe, estende-se muito para além do seu vínculo físico,
passando também para a qualidade daquilo que sua mente experimenta, os seus
pensamentos, emoções e até sua visão do mundo exterior.
Pesquisadores da Universidade de Zurique descobriram que o stress pode influenciar o
metabolismo da placenta e o crescimento do feto. Se a mãe estiver sob stress por um
longo período de tempo, a concentração de hormonas do stress no líquido amniótico
aumenta, tornando o líquido amargo e o bebé bebe menos. O suprimento de oxigênio para
o bebé também pode ser menor, e por isso a probabilidade de ter um bebé com baixo peso
ao nascer aumenta, e de ter um filho com problemas de saúde mais tarde na vida também.
A mãe que sofre sentimentos de ansiedade, frustração e depressão durante a gravidez
também leva a um vínculo menor com o seu bebé, influenciando o trabalho de parto e
toda a experiência pós-parto. É por isso que é tão importante que a mãe esteja bem
informada, aprenda a ter os meios, as estratégias e as ferramentas para trazer harmonia
aos seus sentimentos e pensamentos para o melhor começo da vida do bebé.
Quando praticamos a paz interior durante a gravidez, quando aprendemos a observar as
nossas emoções e reações, quando percebemos o que inicia a nossa resposta ao stress,
passamos a ter mais consciência das nossas reais necessidades e da influência que temos
sobre o nosso bebé. Praticar momentos de respiração profunda e relaxamento, por
exemplo numa aula de yoga para gravidas, ajuda a futura mãe a voltar a sua consciência
para si, para o seu corpo, e a conectar-se profundamente com o seu bebé. A mãe aprende
a confiar mais no seu instinto, a criar um ambiente de amor e harmonia interior para si e
para o seu bebé, torna-se mais confiante, desacelerando a sua vida quando o tem de fazer,
trazendo mais paz e calma à sua rotina, lidando melhor com as adversidades da sua vida e
tomando melhores decisões para ambos.
Sobre mim:
Susana Lopes, é professora de yoga e educadora pré-natal, fundadora do Programa
Gravidez Sem Stress para ajudar as mulheres que querem conceber ou que já estão
grávidas a melhor controlarem o stress e ansiedade do seu dia-a-dia e a conectarem-se
profundamente com o seu bebé. É também autora do livro Yoga e Maternidade, membro
da APPPAH (Association for Prenatal and Perinatal Psychology and Health) e Presidente da
Associação Norueguesa de Educação Prénatal.
E-mail de contacto e links
Email: susana@thestressfreepregnancy.com
Website: www.gravidezsemstress.com
Facebook: www.facebook.com/yogamaternidade
Instagram: www.instagram.com/yogamamamentor
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