Esta história já aconteceu aí em casa?
É provável que sim, não fique triste, nem desanimado pois não é o único a sofrer a ira do seu filho. Diria até que é normal a determinado momento a criança bater nos pais ou num adulto.
Normal ?!
Eu disse normal sim, mas não correto! Já vamos perceber porquê.
Costumo dizer que todos trazemos um pacote base quando nascemos, que vai depois tendo up grades ao longo do tempo. Neste pacote base, tão completo como é, estão integrados os nossos sistemas emocionais, que determinam o que sentimos a determinado momento e o que fazemos com isso. Acontece que nesta base trazemos o essencial para facilitar a nossa sobrevivência e bem-estar, sendo a raiva uma das emoções báscias fundamentais para conseguirmos esta proeza de sobreviver. Irritamo-nos para nos defender, irritamo-nos para recuperar o que perdemos, irritamos para nos protegermos quando achamos que os outros passaram o risco. No fundo, o que o cérebro diz mesmo é: “bate” e já tens o que queres! Por isso, em momentos de frustração esta é a estratégia base que a criança tem para exteriorizar aquela emoção, bater, espernear, pontapear… Tudo na criança quer alcançar o que desejava.
Então temos que nos mentalizar que é normal levarmos alguns pontapés dos nossos filhos?
Lembre-se, normal, mas não correto!
Aqui vem a parte do up grade ao pacote base, que é no fundo a forma como os pais podem ajudar a criança a regular melhor estes comportamentos, a sentir e a exprimir raiva de uma forma mais adaptativa que previna, para já pernas roxas e no futuro uma estalada no chefe. Os pais serão determinantes para tranquilizar a criança e ensiná-la que existem outras formas de estar irritado, sabendo que não conseguimos fazer com que as crianças se irritem, mas que podem lidar com esses momentos de outra forma, dando novas competências a este pacote base.
Assim, quando uma destas situações acontece (dentro da família ou com outras crianças…) é importante, não ter medo, não ficar ansioso, aproveitar o momento e colocar limites desde o início.
Deixo-lhe algumas linhas que podem seguir como orientação, não se assumindo como único resposta viável por parte do adulto.
O que pode fazer:
• Não retribua o comportamento. Não fará sentido querer parar um comportamento utilizando a mesma estratégia da criança (pois bater na criança será fruto da sua própria irritação).
• Num primeiro momento não se baixe ao nível da criança, mantenha-se mais alto que ela, é importante neste momento ela olhar para si como uma figura de autoridade.
• Segure as mãos ou os pés da criança para parar o comportamento (não precisa pegar ao colo, basta segurar esses membros, sem grande força).
• Olhe para a criança, tem de ter a garantia que está a ter toda a sua atenção.
• Diga “NÃO” de uma forma não agressiva, nem suave, mas assertiva. Pode reforçar, “Não se faz, porque magoa”, mas não se alongue em grandes discursos, a criança não vai dar atenção e vai diminuir a sensação de autoridade que está a passar.
• Em seguida dê um tempo à criança para se recompor, colocando-a num local sentada, sem qualquer estimulação (bastará o tempo em minutos igual à idade da criança, p.e. 3 minutos para uma criança de 3 anos).
• No final vá buscar a criança, perguntando se está mais calma, ouvindo desculpas que ela tenha para pedir e assegurando-a que agora está tudo bem!
• Esta estratégia poderá não resultar quando a frustração da criança resulta de cansaço ou sono (aquilo a que chamamos rabugice do sono), nesse caso será essencial conseguir com o seu toque e/ou colo tranquilizar a criança até adormecer.
Os pais são fundamentais no crescimento físico e emocional dos filhos. Este é mais um desafio para todos os pais, ajudar os filhos a regular momentos de irritação!
Boa sorte!
Inês Custódio
Psicóloga na Oficina de Psicologia
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