Ontem fui buscar o Tomás à escola precisamente à hora da chuva forte e da trovoada. Não tinha chapéu de chuva, por isso pus-lhe o capuz do casaco e pedi-lhe que corresse até ao portão e depois, juntos, até ao carro.
– Mãe, deixa-me apanhar chuva na cara e no cabelo! Eu adoro a chuva a bater na minha cara!
Ia sair-me um “não que te constipas”, mas aquele olhar vibrante devolveu-me em segundos à minha infância. Vi-me logo ali, a pedir o mesmo à minha mãe.
– Eu também adoro chuva na cara, Tomás. Vamos os dois?
E a rir muito, de mãos dadas, fomos à chuva até ao carro. Sem correr, só a rir. Chegámos a casa e tomámos um banho quente com o Pedrinho. Valeu tanto a pena… Aquelas gargalhadas ainda ecoam na minha alma. E soube tão bem andar à chuva com ele. Soube tão bem. ❤️